Alemão de origens judaicas, nascido em Wroclaw.
Estuda em Marburgo, com Hermann Cohen e Paul Natorp.
Professor em Berlim, desde 1906, e em Hamburgo, entre 1919 e 1930.
Reitor desta Universidade em 1929-1930.
Depois da ascensão de Hitler ao poder vai para o exílio, ensinando nas Universidades de Oxford (1933-1935) e Gotemburgo, na Suécia.
Emigra para os Estados Unidos e ensina em Yale (1941-1944) e na Columbia University de Nova Iorque (1944-1945).
Neokantiano, criador da chamada filosofia das formas simbólicas.
Unidade das formas simbólicas
Assume-se contra a dualismo de Windelband, que opunha as ciências nomotéticas às ciências idiográficas, propondo a unidade das formas simbólicas, entendidas como representações ativas do mundo e não como imagens passivas (v. g. o mito, a linguagem verbal e numérica, a arte). Elas são considerados os meios característicos criados pelo homem para separar-se do mundo. Mas, através desta separação, o homem acaba por unir-se mais firmemente ao mundo.
Forma como abstracção ideante
Considera, assim, que o princípio constitutivo das ciências da cultura não deve ser procurado nos valores, mas sim na forma, considerada como uma unidade na orientação, não uma unidade no ser, isto é, uma abstração ideante e não como conceito.
As ciências da cultura
Observa que o princípio constitutivo das ciências da cultura não deve ser procurado nos valores, mas sim na forma, considerada como uma unidade na orientação, não uma unidade no ser, isto é, como uma abstração ideante e não como conceito. A cultura é vista como um mundo intersubjetivo: o homem vive nas palavras da linguagem, nas imagens da poesia e das artes plásticas, nas formas da música, nos quadros forjados pela imaginação e pela fé religiosa. Porque necessita de representar imaginariamente algo que não existe para poder passar da possibilidade à realidade, da potência ao ato.
O símbolo
O símbolo é que origina a cultura, incluindo entre as diversas atividades simbólicas, o mito, a linguagem, a arte e a historiografia. Se o naturalismo se preocupa com o ser e com a causa, eis que a filosofia das formas simbólicas deve preocupar-se com o devir e com a forma. As ciências da natureza determinam, as ciências da cultura caracterizam. E isto porque o fenómeno da cultura está carregado de significações que ultrapassam a coisa, pelo que o conhecimento só pode fazer-se por aproximações.
Contra o positivismo
Neste sentido, proclama que a regra fundamental do positivismo consiste em afirmar que qualquer proposição, que não possa ser reduzida com o máximo rigor ao simples testemunho de um facto, não tem nenhum sentido real nem compreensível.
O nome e a essência
Observa que o nome e essência estão entre si numa relação recíproca e necessária: o nome não significa apenas, mas é a essência do objecto; a potência da coisa real está contida no nome.
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Das Erkenntnisproblem in der Philosophie und Wissenschaft der Neuren Zeit. Berlim, Bruno Cassirer, 1906-1907. Ver El problema del conocimiento en la filosofia y en la ciencia modernas, Mexico, Fondo de Cultura Economica, trad de W. Roces, 1948, 2 vols.
- Die Philosophie der ischen Formen. Em três volumes: I Die Sprache, de 1923; II Das Mytische Denken, de 1925; III Phã nomenologie der Erkenntis, de 1929 (trad. ingl. The Philosophy of ic Forms, New Haven, Yale University ress, 1953; trad. fr. La Philosophie des Formes iques, Paris, Éditions de Minuit, 1972, 3 vols.).
- An Essay on Man. New Haven, Yale University Press, 1944.
- The Myth of State. New Haven, Yale University Press, 1946 (ver a trad. port. de Daniel Augusto Gonçalves, O Mito do Estado, Mem Martins, Europa-América, 1961).
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Filosofia de la Ilustración. Trad. cast., de Eugenio Ímaz, México, Fondo de Cultura Economica, 1950. Ver tb. A trad. Ingl. The Philosophy of the Enlightment, Princeton, Princeton University Press, 1951.
